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Nosso intestino é o habitat de mais de 400 espécies bacterianas de importância vital para a nossa saúde, com diversas atividades ligadas ao nosso metabolismo. Essas bactérias são conhecidas como probióticos. Entre as ações benéficas desses microrganismos, temos:
→ modulação imunológica (reduzem a produção intestinal de substâncias inflamatórias; produzem anticorpos)
→ função nutricional (síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K)
→ função digestiva (melhoram a absorção de nutrientes; sintetizam enzimas digestivas, como a lactase)
→ modulação metabólica (produção de enzimas citocromo P450-like, que melhoram a metabolização de medicamentos, metais tóxicos, hormônios e carcinógenos; convertem alguns flavonoides às suas formas ativas)
→ função cardiovascular (redução nos níveis de colesterol plasmático, por: eliminação de sais biliares, produção de ácidos graxos de cadeia curta, redução da atividade da HMG-CoA).
Os resultados de uma meta-análise publicada em 2015, na revista PLOS One, mostraram que a utilização de probióticos foi associada com uma média de redução de 6,56 miligramas por decilitro (mg/dL) no colesterol total e uma redução de 8,49 mg/dL no colesterol LDL, tendo efeitos mais significativos com a utilização por mais de 4 semanas.
Já um estudo experimental, publicado em 2013, realizado com ratos induzidos a obesidade por dieta rica em açúcar, relevou que aqueles que receberam a suplementação de uma cepa específica de lactobacilos obtiveram um menor ganho de peso e uma supressão no ganho de massa gorda.
Diversos estudos ainda estão sendo realizados com o intuito de elucidar melhor a relação do intestino com o cérebro e com doenças como Alzheimer, Parkinson, depressão e autismo. Porém, já é reconhecido que o intestino possui mais de 100 milhões de neurônios e é capaz de executar funções independentes do sistema nervoso central, além disso, fabrica e utiliza mais de 30 neurotransmissores, dentre eles a serotonina.
Para que o organismo possa usufruir de todos esses benefícios gerados por essa microbiota, nosso intestino precisa estar em equilíbrio, caso contrário se instalará um quadro de disbiose intestinal que é caracterizado por alteração das atividades metabólicas e da permeabilidade intestinal, com passagem de toxinas a corrente sanguínea, fenômeno este que está associado ao surgimento de doenças que vão desde a obesidade até artrite reumatóide. Assim, para manter nossa microbiota em equilíbrio é preciso estar atento ao consumo de frutas, verduras, fibras e água, assim como diminuir o consumo de produtos industrializados.
Referências:
Kang J-H, Yun S-I, Park M-H, Park J-H, Jeong S-Y, Park H-O (2013) Anti-Obesity Effect of Lactobacillus gasseri BNR17 in High-Sucrose Diet-Induced Obese Mice. PLoS ONE 8(1): e54617.
Shimizu M, Hashiguchi M, Shiga T, Tamura H-o, Mochizuki M (2015) Meta-Analysis: Effects of Probiotic Supplementation on Lipid Profiles in Normal to Mildly Hypercholesterolemic Individuals. PLoS ONE 10(10): e0139795.
Publicado em: 17 / Jun / 2016
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