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Av. Santos Dumont 5753 | Sala 1708 | Torre Saúde Complexo São Mateus | Papicu | Fortaleza CE
Esclerose Múltipla (EM) é uma doença auto-imune crônica do sistema nervoso central, que afeta principalmente mulheres jovens em idade fértil. Não é hereditária, ou seja, não há transmissão entre gerações. Na verdade trata-se de uma doença produzida pela própria imunidade do paciente. A mesma imunidade responsável pela defesa do organismo contra vírus e bactérias, a partir de um determinado momento passa a reconhecer e atacar células do próprio corpo. No caso da EM, essa agressão ocorre principalmente em regiões do cérebro ricas em mielina, como a substância branca cerebral e medula espinhal. Ainda não se sabe ao certo o que faz com que a imunidade comece a atacar estruturas do próprio organismo. Existem teorias, mas ainda incertas.
Os sintomas mais comuns são surtos de perda de força ou sensibilidade, dificuldade para andar, desequilíbrio, incoordenação, visão dupla, borramento/perda visual e fadiga. Habitualmente surge um sintoma em cada surto. Sintomas cognitivos costumam ocorrer somente em casos mais avançados ou graves.A forma mais comum de EM, responsável por mais de 80% dos casos, chama-se forma remitente-recorrente, caracterizada justamente pelos surtos. Cada surto é definido como um sintoma neurológico novo (dormência por exemplo), que dure no mínimo 24 horas. O diagnóstico se faz através da conjunção de dados clínicos, exame neurológico e exames complementares, sendo a Ressonância Magnética do encéfalo uma forte ferramenta utilizada atualmente, pois possui habitualmente um padrão típico bem característico da doença.
O paciente necessita de seguimento contínuo com o seu neurologista, para acompanhamento dos sintomas e da eficácia do tratamento. Normalmente essa avaliação se baseia em três pilares:
1) Presença ou ausência de novos surtos (taxa anualizada de surtos)
2) Funcionalidade (utiliza-se uma escala conhecida como EDSS)
3) Evolução das lesões na RM de encéfalo (carga lesional)
Deve-se realizar o exame de imagem idealmente uma vez por ano (pode variar a critério do médico neurologista). É muito importante que o faça sempre no mesmo aparelho de Ressonância, pois podem ocorrer variações nas lesões dependendo do poder de definição da máquina (Tesla). Importante também que o paciente leve em CD o último exame realizado para que o médico radiologista possa comparar os exames e contar as lesões.
Desde a década de 90 surgem cada vez mais opções eficazes de tratamento da Esclerose Múltipla, diminuindo a possibilidade de incapacidade funcional dos pacientes. As medicações não curam, mas podem controlar a doença. Apesar do nome ainda carregar um grande estigma, existem muitos pacientes portadores de EM com vida normal, independentes e ativos. Trata-se de uma área bastante promissora dentro da Neurologia.
Publicado em: 09 / Mai / 2016
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