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Fonoaudiologia | Clínica da Memória

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fonoaudiologia

A fonoaudiologia é epecialidadade dedicada à avaliação, diagnóstico e tratamento de distúrbios fonológicos e congnitivos da comunicação e da linguagem além das disfunções da deglutição.

FGA. Flávia Augusta
Sousa e Silva

CRFa 8 16497-2

  • Fonoaudióloga- Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP
  • Especialista em Gerontologia - Escola Paulista de Medicina/UNIFESP
  • Gerontóloga - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
  • Especialista em Neuroeducação Centro de Fonoaudiologia Clinica/CEFAC-SP
  • Mestranda em Ciências Médicas - Universidade de Fortaleza/UNIFOR

FRA. Vívian A.
Camerino Gomes

CRFa 8 9967

  • Fonoaudióloga – Universidade de Fortaleza/UNIFOR
  • Especialização em Fonoaudiologia Hospitalar e Disfagia - FONOHOSP Unidade Fortaleza

Nossa filosofia

Partimos do entendimento do paciente em um contexto histórico-social onde importa manter e/ou resgatar a funcionalidade e qualidade de vida no que tange a alimentação e comunicação. Pautamos os processos de avaliação, intervenção e gerenciamento de cada paciente em uma perspectiva quantitativa e comparativa, mas também qualitativa e funcional. A intervenção possui característica de reabilitação e/ou gerenciamento e também temos uma abordagem preventiva através do "Grupo de Estimulação das Competências Comunicativas". Os atendimentos ocorrem na Clínica e também em domicílio com o intuito de atender plenamente as demandas específicas de cada paciente.

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Doenças

  • Demência de Alzheimer
  • Demência Fronto-temporal
  • Doença de Parkinson
  • AVC
  • Traumatismo craniano
  • Esclerose lateral amiotrófica
  • Tonturas e Labirintite

Sintomas

  • Perda da linguagem e fala (afasia)
  • Deglutição: engasgos (disfagia)
  • Perda de habilidades motoras (apraxia)
  • Fala enrolada (disartria e disfonia)

Nosso trabalho

  • Estimulação de competências comunicativas
  • Avaliação mecânica e funcional da deglutição
  • Desmame de traqueostomia e consultoria para pacientes com sonda enteral por gastrostomia
  • Reabilitação vestibular, treino de marcha e equilíbrio.

Perguntas frequentes

1 Líquidos espessados naturalmente em dias de calor: algumas possibilidades.

Uma das medidas diante de quadros de engasgos com líquidos é o uso de espessante. Entretanto, é interessante utilizar em conjunto medidas naturais para engrossar o líquido. Sucos mais grossos podem ser feitos com melancia batida sem água, melão com farinha de aveia, laranja com cenoura e vitaminas de abacate e banana. São boas ideias para os dias de calor que pedem mais hidratação!

2 O tratamento do Parkinson é feito somente com medicamentos?

Não. O medicamento é utilizado para diminuir alguns sintomas. O paciente diagnosticado com Doença de Parkinson deve ter acompanhamento multidisciplinar, ou seja, neurologia, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, nutrição, entre outras especialidades e terapias adicionais. O acompanhamento feito pela equipe e saúde visa o aumento da qualidade de vida do indivíduo.

3 De que forma o fonoaudiólogo pode auxiliar na doença de Parkinson?

As alterações fonoaudiológicas apresentadas num indivíduo portador da Doença de Parkinson estão na voz, articulação da fala e deglutição. Após a realização de uma avaliação detalhada de todos esses aspectos, o profissional elabora o tratamento com exercícios específicos a fim de minimizar o impacto das alterações detectadas. Na Clínica da Memória utilizamos os princípios do LSVT – Lee Silverman Voice Treatment – para a abordagem da voz e articulação do paciente.

4 As pessoas se queixam que estou falando mais baixo. O que posso fazer para minha voz ser ouvida com nitidez?

Procure o acompanhamento de um fonoaudiólogo para que sejam elaborados exercícios específicos. Lembre-se de falar mais alto, aumentar o tom da voz e articular as palavras detalhadamente para que possam ser melhor compreendidas.

5 O tratamento fonoaudiológico é feito somente de forma individual?

O tratamento fonoaudiológico pode ser realizado tanto de forma individual quanto em grupo e a abordagem pode ser de reabilitação e/ou de prevenção. Especialmente em grupo são abordados aspectos da comunicação e linguagem e este contexto é positivo para a melhora na autoestima diante da troca de experiências com pessoas que venham a apresentar demandas semelhantes.

6 Tenho percebido meu familiar mais quieto, com menos desejo de interagir. Há algo que eu possa fazer?

Claro que sim. E que ótimo que você percebeu. É importante procurar um médico neurologista ou geriatra para uma primeira avaliação. Essa quietude pode ou não ser sintoma de alguma dificuldade maior. Mas, de qualquer forma, procurar conversar, de forma natural, ouvindo as opiniões e comentários, dando voz ao idoso é um bom movimento no sentido de estimulá-lo a se comunicar. Ele se sentirá ouvido e acolhido por você. Se fizer parte dos hábitos pregressos dele situações de jogos de cartas e/ou filmes em família podem ser prazerosas e gerar assunto para vocês!

7 Percebo que, ao falar, meu familiar repete bastante a mesma coisa e só fica falando de coisas antigas. Isso é algo comum?

Esse movimento com a comunicação é comum com os idosos. Mas vamos valorizar, em um primeiro momento. Pense em quantas histórias eles podem ter para nos contar! De qualquer forma, se você perceber que o discurso está muito desorganizado, apenas com repetições, que há confusão no que ele diz você deve procurar o médico neurologista ou geriatra.

8 Quando estou falando com meu familiar percebo que ele não me entende. Será que existe algum problema auditivo?

A possibilidade de um problema auditivo é sim real e só uma Fonoaudióloga em conjunto com o médico Otorrinolaringologista poderá fazer esse diagnóstico e traçar a conduta. Entretanto, algumas estratégias podem auxiliar a comunicação de vocês: falar articulando bem a boca, de frente para o idoso (na altura dos olhos) e em tom de voz normal pode facilitar e muito a conversa!

Deglutição

Para a intervenção com as questões de deglutição realizamos a avaliação estrutural e funcional, definimos as consistências mais seguras de alimentação, as modificações necessárias na rotina de alimentação (utensílios, postura, ritmo e volume da ingestão, ambiente de alimentação) e as manobras de proteção de vias aéreas mais efetivas.

A avaliação funcional, relativa ao momento de alimentação em si, se baseia Protocolo de Avaliação do Risco para Disfagia – PARD ou no Protocolo de Avaliação da Deglutição (Ortiz KZ, 2005).

A intervenção fonoaudiologia ocorre através da terapia direta, indireta, orientações ao paciente, familiares e/ou cuidadores e contato com a equipe multiprofissional. Tem por objetivo minimizar o desconforto durante a alimentação, reduzir risco de broncoaspiração mantendo um padrão de alimentação funcional ainda que adaptado.

Para definição do tipo e grau da Disfagia, gerenciamento da deglutição e definição das consistências alimentares e para que seja quantificada a progressão segura da dieta por via oral são utilizadas as Escala Funcional de Ingestão por Via Oral – FOIS (Crary et al, 2005) e a Escala de Severidade de Disfagia (O’neil et al, 1999).

ENVELHECI E MINHA FORMA DE ENGOLIR MUDOU!

Engolir é o ato de levar o alimento da boca para o estômago. O alimento é colocado na boca, manipulado pela língua de um lado para o outro enquanto os dentes o trituram com a ajuda da saliva e, na sequência empurrado para o fundo da boca pela língua enquanto o céu da boca se eleva e fecha o nariz. A laringe se eleva e bloqueia a passagem de qualquer coisa para as vias aéreas para que não haja engasgos ou entrada de alimento no pulmão e o alimento segue para o esôfago e depois para o estômago.

É uma orquestra perfeita que "toca sua música" todas as vezes em que engolimos saliva ou o conteúdo do qual nos alimentamos.

E a Presbifagia? Se refere às mudanças que ocorrem nestas estruturas em função exclusivamente da idade, sem a presença de doenças associadas. Em linhas gerais, existe uma redução da força dos músculos, diminuição e engrossamento da saliva, alterações dentárias e/ou uso de próteses e há demora no processo de mastigar e engolir.

Veja que as mudanças advindas da Presbifagia ocorrem com quaisquer idosos, independentemente de haver uma doença associada. Os sinais variam muito de idoso para idoso, mas tosse frequente especialmente quando bebe água, dificuldade de engolir comprimido, sensação de bolo na garganta, engasgos e perda de peso são muito comuns, entretanto, não desejáveis e são motivos para uma avaliação fonoaudiológica.

É perfeitamente possível, no entanto, se adaptar a essas mudanças que virão com a idade com o objetivo de manter a funcionalidade, ou seja, manter a capacidade de se alimentar de forma prazerosa e nutritiva. O Fonoaudiólogo te ajudará a compreender melhor essas alterações e a prevenir complicações que podem advir de aspiração de alimento para o pulmão (Broncopneumonia) para que você se sinta seguro e possa aproveitar esse imenso prazer que é alimentar-se bem. Nos procure!

MEU FAMILIAR ESTÁ ENGASGANDO: BATO TUDO NO LIQUIDIFICADOR?

Não! Não bata tudo no liquidificador!

Quer dizer então que seu familiar está engasgando com frequência? Você tem observado tosse durante ou após a alimentação e por conta disso a quantidade que ele ingere diminuiu? Talvez você esteja diante de um quadro de Disfagia - que se refere a qualquer dificuldade para levar, com segurança, o alimento da boca para o estômago.

Algumas coisas são importantes neste momento: primeiramente manter o prazer alimentar e a quantidade de alimento que habitualmente era ingerida. Ou seja, estar bem nutrido e hidratado é ponto chave desta nossa conversa. Entretanto, talvez seja verdade o ditado que diz "comer com os olhos" porque sentimos desejo daquilo que nos parece apetitoso e quando batemos tudo no liquidificador via de regra temos a cor e o gosto pouquíssimo ricos.

Se existe engasgo o primeiro passo é procurar o Fonoaudiólogo. É preciso compreender porque o idoso está engasgando, como o problema poderia ser solucionado - existem exercícios e treinos específicos para isso - como a família e/ou cuidadores poderiam ser orientados quanto ao preparo, quanto aos utensílios, quanto a postura, quanto a oferta do alimento em si.

Mas, até que você venha até nós para fazermos uma avaliação detalhada e focada nos aspectos que envolve este idoso, deixo algumas dicas:

- Em um quadro de Disfagia muito frequentemente o líquido é a consistência que oferece mais risco de engasgos e aspiração para o pulmão. A água ainda mais que os outros líquidos. Ela não tem cheiro, não tem gosto, ou seja, não desperta a atenção do cérebro para o ato de engolir e acaba gerando o engasgo. Entretanto, é fundamental se hidratar e existem maneiras seguras de conseguir isso.

- Alimentos mais macios, com molhos, úmidos e bem cozidos facilitam a trituração e deglutição.

- Se for mesmo necessário triturar completamente a dieta - homogeneizar - existem formas de fazer esse processamento mantendo o prazer alimentar e o aporte nutricional dos alimentos;

- Por fim, falemos das duplas consistências! Colocar o sólido e o líquido ao mesmo tempo na boca (canja, sopa de biscoito no café com leite, melancia, melão) é uma atitude muito perigosa quando estamos diante de um quadro de Disfagia. Há formas de preparo que mantém a ingestão destes alimentos de formas mais seguras.

Todas essas orientações podem e devem ser particularizadas para cada caso. O que temos por objetivo é manter a nutrição, a hidratação, a segurança e o prazer alimentar de cada idoso em particular.

Estamos te aguardando!

AS MUDANÇAS NO CORPO E O IMPACTO "NO ENGOLIR"

Quando fazemos a avaliação do paciente olhamos para o processo de deglutir dividindo-o didaticamente em quatro fases relacionadas ao local por onde a comida está passando.

A primeira fase é a preparatória oral, onde os nossos sentidos dão conta do recado. A visão, o olfato e o tato “sentem” o alimento e ativam nosso cérebro para comer. Qualquer alteração em um dos sentidos pode dificultar na elaboração da quantidade que vai ser colocada na boca ou fazer com que o apetite fique diminuído.

Na fase oral o alimento está na boca e será umedecido pela saliva, enquanto a língua o movimenta para a parte posterior da boca. A ausência de dentes ou flacidez de língua e baixo tônus de bochecha podem impactar negativamente nesta etapa.

Não vemos a fase faríngea, mas é quando o alimento passa da faringe para o esôfago. Nesse trajeto a traqueia se fecha evitando a entrada da comida para o pulmão. Isso exige uma boa coordenação entre respirar e deglutir, onde a falta dessa sincronia pode acarretar na penetração e/ou aspiração do alimento gerando quadros de pneumonia aspirativa.

A quarta e última fase consiste no trajeto do alimento do esôfago para o estômago.

Todas as ações, desde a preparação até a deglutição propriamente dita acontecem de forma coordenada e com a participação de todos os órgãos fonoarticulatórios, língua, lábios, bochechas, dentes, associados aos movimentos musculares e da respiração. O cérebro é quem comanda todas essas estruturas e é por isso que é tão importante estar bem acordado e alerta no momento da alimentação. Qualquer alteração ou dificuldade apresentada deve ser avaliada pelo Fonoaudiólogo a fim de detectar a causa e tratar possíveis danos o mais precocemente.


A ausência de qualquer estrutura orofacial ou dificuldade na funcionalidade podem resultar em alterações nos processos dos quais participam e determinar o nível de comprometimento na deglutição.

Às alterações do ato de engolir o alimento ou saliva dá-se o nome de Disfagia, e geralmente apresenta sinais como tosse, pigarro e alteração vocal durante ou logo após a deglutição. Sua principal consequência é a broncopneumonia por aspiração. Você percebe algum desses sintomas?

Aqui trabalhamos com avaliação estrutural e funcional para a partir disto definirmos o plano terapêutico mais adequado para cada dificuldade, as modificações necessárias na rotina de alimentação (utensílios, postura, ritmo e volume da ingestão, ambiente de alimentação), as consistências mais seguras de alimentação e as manobras de proteção de vias aéreas mais efetivas.

LINGUAGEM

A avaliação da Linguagem se dá de forma funcional através de contextos reais de comunicação (perspectiva qualitativa) e também formal (perspectiva quantitativa) utilizando o protocolo mais adequado à cada paciente. A intervenção, via de regra, se pauta em estimular as competências cognitivas associadas à linguagem - atenção e memória - através de exercícios e da interação dirigida.

»Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação - Bateria MAC Breve (Casarin et al, 2010);

»Teste de Reabilitação das Afasias: Rio de Janeiro (Jakubovicz, 2005);

»Protocolo de avaliação de memória (Capuano,2010);

AS MUDANÇAS DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

O envelhecimento traz mudanças em diversos aspectos e apesar de nem sempre ser fácil olhar para todas essas diferenças com bom humor é perfeitamente possível conviver e nos adaptar a elas mantendo a funcionalidade ainda que de forma adaptada. Esse é o envelhecimento saudável.

Mas o que esse papo tem a ver com a Fonoaudiologia? Se relaciona a Fonoaudiologia na medida em que essas mudanças também ocorrem nos aspectos relacionados a comunicação e a deglutição.

A conversa passa a ser mais focada nas histórias do passado do que nas atuais, o ritmo de fala é mais lentificado e com pausas, a voz as vezes fica mais baixa. O tempo da conversa muda e isso deve significar dar mais tempo para essa atividade tão prazerosa. Caso perceba que existe alguma dificuldade relacionada a audição é importante procurar o médico Otorrinolaringologista, mas algumas estratégias podem facilitar a comunicação: falar em tom de voz normal (sem gritar), na altura dos olhos e articulando bem são algumas delas.

Na função de alimentação - que no caso da Fonoaudiologia - envolve os aspectos de mastigação e deglutição (que é o ato de engolir!) também ocorrem mudanças. É importante reduzir o volume na boca, tentar comer um pouco mais devagar e nunca colocar o líquido e o sólido ao mesmo tempo na boca. Mas se você perceber muitos episódios de tosse durante ou após a alimentação e/ou engasgos é fundamental procurar a Fonoaudióloga. Existem exercícios, modificações na consistência do alimento e manobras de proteção que proporcionam mais segurança para a alimentação e diminuem a frequência e o risco de engasgos.

Estamos inteiramente à disposição!

DEMÊNCIA DE ALZHEIMER: VAMOS NOS MANTER COMUNICANDO!

Idosos que apresentam Demência de alzheimer possuem como um dos principais déficits a dificuldade na comunicação, decorrente não somente pelo déficit de linguagem, mas também de outras funções cognitivas estarem alteradas. As alterações de linguagem associadas as Demências relacionam-se às dificuldades de acessar as palavras, de produzir um discurso coerente, de se manter num determinado assunto, de contar ou narrar um fato e de conversar de forma eficaz. Seu discurso torna-se repetitivo, vago e curto. Na medida em que a Demência vai evoluindo, a comunicação vai ficando cada vez mais limitante, até perder totalmente a fala, restringindo-a ao contato ocular e a expressões faciais. A linguagem nas Demências precisa de uma avaliação fonoaudiológica bastante criteriosa para uma boa conduta terapêutica que engloba o indivíduo no contexto biopsicossocial.

Diante do exposto, o papel da fonoaudiologia nas Demências é fundamental, já que esta profissão tem como objetivos: manter, aprimorar, restabelecer e atingir uma condição funcional e de adaptação dos aspectos de comunicação, orientar a família e/ou cuidador, reintegrar o idoso no meio social e familiar para uma melhor qualidade de vida de todos os envolvidos.

A equipe de Fonoaudiologia da Clínica da Memória realiza avaliação, intervenção e gerenciamento em pacientes com Demência e orientações aos familiares e cuidadores. Realizamos avaliação e terapia da linguagem principalmente de forma funcional/qualitativa, em que utilizamos contextos reais de comunicação, seguindo uma abordagem mais discursiva. Também utilizamos a abordagem formal ou quantitativa na avaliação a partir do uso de protocolos validados. Buscamos conhecer bem tanto os déficits como as habilidades preservadas do paciente com o objetivo de orientar o familiar e/ou cuidador e também de esboçar o plano terapêutico. Sempre que possível, tentamos englobar no acompanhamento fonoaudiológico a família, o cuidador, seu meio ambiente e os profissionais que o atendem, dando melhor assistência ao nosso paciente.

Quer um acompanhamento diferenciado para seu paciente com Demência? Marque uma avaliação fonoaudiológica na Clínica da Memória!

FALA

Para uma intervenção eficaz com a fala do paciente Disartrico, Disfônico ou Disartrofonico é fundamental que haja a avaliação específica dos seguintes aspectos: respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia. A avaliação se dá a partir da utilização do Protocolo de Avaliação das Disartria (Ortiz KZ, 2006).

A CONTRIBUIÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA PARA O IDOSO AFÁSICO

A Afasia é decorrente de uma lesão focal no Sistema nervoso Central, ocasionada principalmente pelas Doenças Cerebrovasculares, sendo o AVE (Acidente Vascular Encefálico- isquêmico e hemorrágico) o mais frequente. É bastante comum em idosos, pois estes estão mais propensos a desenvolver Doenças Cardiovasculares. Os Traumatismos Cranioencefálicos e infecções no cérebro também podem ser causas de Afasia.

Em linhas gerais a Afasia gera um transtorno na linguagem e na fala que impacta bastante na expressão ou na compreensão da comunicação. Existem dois grandes grupos: Afasias motoras/ emissivas/ não fluentes e Afasias compreensivas/ receptivas/ fluentes e, ainda, a junção de características das duas nas Afasias Mistas.

Como a Fonoaudiologia é a profissão que estuda e atua na área da comunicação humana é imprescindível para o acompanhamento do idoso afásico atuando no gerenciamento das perdas relacionadas a linguagem, na adaptação e funcionalidade de uma forma adaptada de linguagem e no impacto destas modificações no meio social e familiar. As intervenções precoces são essenciais já que a evolução é melhor durante o período de recuperação espontânea, ou seja, nos primeiros seis meses após o evento vascular e mais perceptível ao final deste primeiro ano. No geral, após este período, apresenta uma recuperação mais lenta.

Na Clínica da Memória, a equipe de Fonoaudiologia envolve também a família e o cuidador nas fases de avaliação, reabilitação e/ou gerenciamento pois são fundamentais no processo de recuperação da comunicação. Nossa conduta engloba orientações aos envolvidos, o trabalho com todas as unidades da linguagem afetadas, mas, principalmente, estratégias pragmático-discursivas. Por vezes, precisamos implantar uma nova forma de comunicação (CSA - Comunicação Suplementar- Alternativa), pois a linguagem, os aspectos cognitivos envolvidos e a produção oral podem estar tão prejudicados, ao ponto de ocasionar a incapacidade de se comunicar oralmente e por meio da escrita. Devemos lembrar que o papel principal da comunicação é poder transmitir a informação, seja ela como for! O importante é ser acompanhado de forma precoce, evitando adaptações errôneas que prejudicam ainda mais a interação pela linguagem.

Pode ser muito preocupante, desgastante e difícil para a família e o paciente, mas não podemos desanimar nunca! Precisamos ter atitudes perseverantes e com olhar positivo sempre!

Conte conosco! Venha conhecer a equipe de Fonoaudiologia da Clínica da Memória.

VOZ

A nossa prática abrange as alterações vocais, principalmente, no contexto da Doença de Parkinson.
A avaliação está baseada no Protocolo de avaliação perceptual-auditiva (Behlau, 2001).

A reabilitação e/ou gerenciamento baseia-se, além das estratégias comunicação livre ou dirigida, no embasamento teórico do Método Lee Silverman (LSVT) adaptado que envolvem cinco conceitos principais: foco na voz, esforço intenso, tratamento intensivo, calibração e quantificação.

PARKINSON E VOZ: ATENÇÃO!

A Doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo do movimento caracterizado pelo tremor de repouso, rigidez muscular, bradicinesia (lentidão dos movimentos) e instabilidade do equilíbrio e da postura do corpo.

A progressão dos sintomas varia de indivíduo para indivíduo e geralmente a sua gravidade acompanha a evolução da doença. E, apesar do tremor não ter o mesmo efeito sobre a fala como no restante do corpo, o comprometimento da comunicação é bastante relevante, podendo afetar seriamente a vida social do paciente pela dificuldade em ser compreendido durante uma conversa com amigos ou família, fazendo com que fique mais recluso e verbalize menos.

Como a movimentação do corpo é afetada involuntariamente, percebemos consequências na coordenação e movimento dos músculos da fonação, respiração e articulação, causando diminuição da capacidade respiratória, reduzindo a altura da voz, causando imprecisão na articulação das palavras e alteração da fluência.

As alterações vocais são muito comuns no início da doença, logo após o diagnóstico e se caracterizam por uma voz fraca e uma dificuldade na coordenação dos movimentos para falar. Após alguns anos do diagnóstico médico da doença, essas alterações nas áreas da voz (disfonia), articulação da fala (disartria) e deglutição (disfagia) se tornam mais impactantes e limitantes. Desta forma cabe ao paciente a busca precoce de uma avaliação fonoaudiológica para que perdas mais severas sejam evitadas ou postergadas com a continuidade do tratamento.

Na Clínica da Memória buscamos estimular a comunicação verbal dos pacientes com Doença de Parkinson, promovendo a inteligibilidade da fala, através de estratégias terapêuticas livres e/ou dirigidas, de acordo com o embasamento teórico do Método Lee Silverman (LSVT) adaptado que envolvem cinco conceitos principais: foco na voz, esforço intenso, tratamento intensivo, calibração e quantificação.

REABILITAÇÃO VESTIBULAR

As alterações do equilíbrio podem ser resultado de Vestibulapatias ou Labirintopatias.

Para o trabalho com reabilitação vestibular utilizamos os protocolos de Exercícios de Cawthorne (1944) & Cooksey (1945), de Herdman (1990 e 1996), Ganança et al., (1989), da Associazione Otologi Ospedalieri Italian (Bolonha, 1983).

O gerenciamento dos ganhos é feito semanalmente de forma clínica e a partir das provas terapêuticas supervisionadas.

GRUPO DE ESTIMULAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS COMUNICATIVAS

OBJETIVOS

Sob uma perspectiva preventiva estimular, de forma dirigida, as habilidades comunicativas de ouvir, falar, falar-ouvir, escrever e ler. Contribuir com a manutenção da qualidade de vida e independência funcional prevenindo perdas nos aspectos comunicacionais Em um contexto real de interação verbal favorecer as funções cognitivas de atenção e memória relacionando-as à linguagem

PÚBLICO-ALVO

Idosos que possam se beneficiar de um contexto de interação grupal que favorece a estimulação das funções cognitivas de atenção e memória relacionando-as à linguagem. Critérios de inclusão: Alterações de comunicação e linguagem, Comprometimento Cognitivo Leve ou Demência da Doença de Alzheimer em fase inicial (CDR 1); MEEM maior ou igual a 20 pontos. Critérios de exclusão: quadros afásicos, déficits visual e auditivo limitantes, analfabetismo.

CARGA HORÁRIA

Uma hora Avaliação inicial com a Fonoaudióloga, 1 hora 30 minutos cada 12 encontros em grupo Reavaliação e devolutiva com a Fonoaudióloga (1 hora)

METODOLOGIA

Na avaliação inicial, diante de uma abordagem quantitativa, cada participante será avaliado quanto a Linguagem a partir da Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação Breve Bateria MAC breve e quanto a funcionalidade a partir do Questionário de atividades funcionais de Pfeffer-QAF Durante as 12 sessões em grupo serão estimuladas, de maneira dirigida e contextualizada, as habilidades de comunicação oral e Prosódia e de Leitura e Escrita. Além disso, estarão em foco as funções cognitivas de Atenção e Memória sempre as relacionando à Linguagem Os participantes serão então reavaliados através dos mesmos instrumentos como intuito de verificar possíveis ganhos na intervenção aqui descrita ou a necessidade de intervenção individualizada

O CUIDADO DIÁRIO DO IDOSO: O OLHAR PARA QUEM CUIDA

Em muitos casos, o cuidador é a pessoa que passa a maior parte do tempo com o paciente, comunicando-se e participando das suas atividades diárias, incluindo a alimentação. Em função disto, o cuidador tem um papel altamente relevante para toda a equipe de saúde, principalmente quando se trata de um idoso dependente. Ele pode ser um familiar ou uma pessoa contratada para exercer tal função e, independentemente disto, é fundamental que ele possa aprender a lidar da forma mais adequada e segura com o paciente e seguir as recomendações de toda a equipe de saúde bem como do fonoaudiólogo.

Você que convive com um idoso saudável em casa, já percebeu algum momento em que este apresentou uns pigarros ou tosses discretas durante e/ou após a refeição, no cochilo/sono ou na hora de escovar os dentes? Ou já percebeu que este idoso eventualmente já não tem mais o mesmo interesse nas conversas familiares como antigamente?

Essas podem ou não ser mudanças relacionadas a idade e é cada vez mais indicado que os idosos possam ter um acompanhamento fonoaudiológico de forma precoce mesmo sem ter uma doença instalada? É a prevenção e este tema estará cada vez mais presente no nosso dia a dia pois estamos envelhecendo! A fonoaudiologia pode contribuir com palestras voltadas para outros profissionais de saúde, para pessoas idosas e para o cuidador/acompanhante sobre o conhecimento da área pertinente ao envelhecimento. Diretamente com o idoso, podemos avaliar os aspectos da comunicação e da deglutição periodicamente ou conforme suas necessidades e realizar orientações e dicas específicas para facilitar o manejo no dia-a-dia após as avaliações. Assim, este idoso fica com suporte fonoaudiológico, sem necessariamente realizar terapia.

Neste caso, é o processo de orientação ao cuidador que ganha foco e com as orientações que recebe poderá incrementar, estimular ou identificar algum problema de comunicação e/ou de deglutição. Quando o idoso tem alguma patologia de base, é mais adequado um acompanhamento de reabilitação. Nesta situação, as orientações são mais direcionadas e específicas ao quadro instalado.

A função de cuidar do outro é necessária, mas saber se cuidar é tão necessário quanto. Uma boa prática dos profissionais de saúde é acompanhar e cuidar de quem cuida, pois gera um estresse muito grande, repercutindo negativamente no cuidado. Na Clinica da Memória a equipe de Fonoaudiologia dá suporte não somente ao paciente idoso, mas também a família e cuidador, proporcionando um meio ambiente favorável e com qualidade de vida à todos. Essa visão holística de adotamos na nossa prática envolve o modo como o idosos é cuidado mas também as orientações e demandas dos profissionais ou familiares que cuidam e que são tão importantes. Nossa meta é reabilitar ou gerenciar e viabilizar uma forma digna de cuidar através do suporte e orientação à quem cuida.


DICAS PARA O CUIDADOR

Que tal tornar o dia a dia de cuidado mais estimulante e enriquecedor? Vejam essas ideias para estimular a linguagem.

- Após assistir a um filme ou programa de televisão, converse com o idoso sobre o assunto principal, sobre os personagens e peça para ele narrar ou descrever o que assistiu de forma natural, espontânea. Faça disto um bate-papo!

- Vamos voltar a escrever um diário? Escrever o que aconteceu no seu dia é uma atividade muito rica, pois envolve a sequência de ações, a memória, o discurso escrito e aproximada a relação de vocês!
- O idoso gosta de contar suas histórias de vida... aproveite! Que tal escreverem ou gravarem juntos sua biografia? Além de estimular a linguagem e a memória essas histórias podem enriquecer as gerações futuras;

Mas, e nos casos em que já há alguma perda na função de linguagem? Vejam essas possibilidades:

- Prepare o ambiente de comunicação ou de estímulo procurando um lugar calmo e iluminado;

- Inicie a conversa falando do assunto que irão discutir, isto favorece o diálogo com uma pessoa com demência porque a ajuda a focar no tema da conversa;

- Conduza a conversação, quando necessário, pois se somente ele ficar falando e sem contexto não é considerado estímulo. O bacana é que haja troca, haja papo, principalmente regado de bom humor!

- Fale devagar, claro e de forma simples, dê uma informação de cada vez e procure fazer perguntas objetivas, são dicas muito importantes para manter a comunicação com o idoso com demência;

- E como sabemos que nem sempre é fácil. Podemos dizer a vocês para terem paciência durante a conversação e valorizar sua produção oral. São idades, mundos e contextos diferentes... aprendam!

Mas, e sobre a Deglutição (o ato de engolir)? Via de regra é superimportante uma avaliação especializada pois dificuldade neste aspecto envolvem risco de morte em função de pneumonias e hospitalização. Mas, existem alguns pontos de atenção importante para quem está lado a lado destes idosos:

- Peça para o idoso mastigar bem os alimentos, comer devagar, e se necessário, optar por uma colher ou garfo menor, com o intuito de diminuir a velocidade de alimentação. Isto poderá evitar pigarros ou engasgos além de favorecer a digestão;

No caso de idosos com demência, enquanto se alimenta, o cuidador deverá estar supervisionando. Nos casos em que é necessário dar a comida na boca, o cuidador e o paciente precisam estar sentados, atentos e sem barulhos ou estímulos que tirem a atenção (a televisão inclusive!). Os líquidos, especialmente a água, é a consistência que traz mais riscos de tosse e pigarro. É importante tomar um gole de cada vez e utilizar um copo de boca estreita e baixo. E uma última dica. Muita coisa na boca ao mesmo tempo não faz bem para ninguém. Só ofereça o líquido quando o alimento sólido já tiver sido engolido.

Esperamos ter contribuído com você cuidador! Precisando de mais ajuda? Venha conhecer a equipe de Fonoaudiologia da Clínica da Memória.


E AGORA? ACHO QUE ESTOU ENGASGANDO!


Diante do envelhecimento populacional mundial, propõe-se uma reflexão a respeito do impacto deste envelhecimento no dia a dia, naquelas funções mais básicas como, por exemplo, a alimentação. Em específico esta função tem um viés social e cultural, além de estar diretamente relacionada ao despertar de momentos de grande prazer e satisfação, sendo muito importante, portanto, mantê-la funcional e o mais próximo possível do habitual.

A Disfagia é considerada uma síndrome, caracterizada por um conjunto de sintomas, que podem ser decorrentes de uma doença maior. Refere-se a qualquer dificuldade para deglutir; para levar o alimento da boca para o estômago. Segundo o Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos Hospitalizados (2008), esta dificuldade corresponde à incoordenação dos movimentos de mastigação, deglutição e respiração podendo impactar negativamente na saúde e qualidade de vida.

O ato de deglutir é, portanto, um processo fisiológico que pode ser alterado na presença de doenças neurológicas ou neuromusculares (AVC, Alzheimer, Parkinson) e no processo de envelhecimento natural da musculatura. Na prática, o que se vê são os episódios de tosse, engasgos, espirros, pigarros e toda forma de manifestação de que "algo foi para o lugar errado" durante ou após a deglutição de alimentos ou de saliva.

Considerando o impacto da Disfagia sobre a segurança para ingestão oral segura, eficaz e confortável de saliva, líquidos e/ou alimentos de qualquer consistência, esta alteração pode ocasionar desnutrição, desidratação, aspiração, desprazer e isolamento social, além de complicações mais graves, como a pneumonia aspirativa.

Preparamos algumas perguntas e respostas sobre este tema para despertar em nossos leitores a necessária atenção para este sintoma:

O que é e quais são os principais sinais da Disfagia?
→ A Disfagia é a dificuldade em engolir o alimento que está na boca. Normalmente acontece em conjunto com outros quadros como AVC, Demência e Doença de Parkinson. O principal sintoma é a dificuldade em levar o alimento da boca até o estômago, podendo ter pigarros frequentes, tosses e engasgo, principalmente, com os líquidos.

O que fazer caso eu esteja percebendo episódios constantes de tosse e engasgos?
→ É necessário verificar a posição em que a pessoa está durante a refeição. Esta deverá alimentar-se sentada, com o corpo reto, de preferência sem fatores distratores, como TV, rádio ou conversas excessivas. Também podem auxiliar o uso de copo mais baixo e de colher menor. Mesmo com algumas dicas, é fundamental procurar o seu médico e agendar uma avaliação fonoaudiológica, pois episódios constantes de engasgo podem gerar Pneumonia e isso tem um impacto muito negativo na saúde geral do idoso.

Meu familiar engasga fora do momento de alimentação. O que pode ser isso?
→ Diante de quadros de Disfagia por vezes deixamos de lado a presença de saliva na boca e, em alguns casos neurológicos a quantidade de saliva aumenta bastante em função do idoso engolir menos vezes. Existem medidas para reduzir a quantidade de saliva e exercícios para melhorar a deglutição (ato de engolir). Você deve procurar seu médico para que ele indique a avaliação e intervenção fonoaudiológica.

Tenho tido dificuldades para engolir meus remédios. Há algo que possa fazer para melhorar?
→ Diante da rigidez muscular causada pelo Parkinson e/ou do aumento no tempo para iniciar a deglutição causado pelas Demências, os movimentos da língua e mandíbula tendem a diminuir. Dessa forma uma dica é molhar a boca antes, posicionar os comprimidos próximo ao “meio” da língua e em seguida beber a água. Tanto esse momento, quanto os horários de refeição devem ser realizados sem grandes distrações para que haja o máximo de atenção durante a deglutição e consequentemente redução dos engasgos.

Apesar do grande impacto do quadro de Disfagia na qualidade de vida do paciente idoso há formas de reabilitação e/ou gerenciamento fonoaudiológico que visam à segurança durante a alimentação, reduzindo os episódios de engasgos, bem como as chances de broncopneumonia. O principal objetivo é de garantir o bem-estar, o prazer e a segurança alimentar deste paciente, de forma individualizada.

Você identificou algum sinal? Procure ajuda de um Fonoaudiólogo!

A LINGUAGEM NAS DEMÊNCIAS - UMA BREVE DESCRIÇÃO

A atuação da fonoaudiologia no âmbito da linguagem em pacientes com Demência é de suma importância pois seus vários subtipos acarretam prejuízos na comunicação do indivíduo com ambiente no qual interage. As demências desencadeiam alterações na linguagem, em seus diversos aspectos (semântica/vocabulário, sintaxe/gramática, fonologia/sons da fala, fonética/forma e pragmática/discurso) e repercutem nas funções de compreensão, expressão, leitura e escrita em menor ou maior grau dependendo da área e da extensão afetadas e do quadro da doença.

As alterações de linguagem ocorrem desde o início, havendo ainda alterações nas funções executivas, memória e habilidades visuoespaciais e todas essas manifestações somadas impactam na funcionalidade do indivíduo, ou seja, nas suas habilidades de realizar as atividades rotineiras. É a soma destes fatores que caracterizam, sobremaneira, um quadro demencial.

Na Demência da Doença de Alzheimer, podem acontecer inicialmente desorientação, falha na memória recente e distúrbio de linguagem havendo um prejuízo maior prejuízo na significação das palavras e no discurso, sendo a anomia a característica mais comum na produção oral devido ao déficit de memória. Na linguagem oral, primeiramente há perda na expressão e posteriormente na compreensão. Na linguagem escrita as perdas são mais evidentes inicialmente na grafia e mais tardiamente na leitura com a progressão temporal da doença.

Na Demência Frontotemporal, a principal alteração se relaciona ao comportamento e o isolamento social/apatia ou depressão são muito comuns. As alterações na linguagem surgem com o tempo e se caracterizam como uma produção verbal repetitiva, desarrumada e sem regras. Há perda progressiva da linguagem expressiva. São variantes desta demência as APP - Afasias Progressivas Primárias - da variante semântica ou logopênica.

Na Demência Semântica desde o início acontecem prejuízos na linguagem que vão piorando de forma progressiva. A linguagem é a função mais prejudicada e dificuldade se concentra em saber o sentido de cada palavra e de acessá-la para falar. A fluência de fala permanece embora o conteúdo do que é dito é falho/vago havendo emprego de palavras gerais, sem sentido específico.

Na Demência Vascular, a evolução da doença acontece de forma insidiosa, abrupta pois se relaciona, sobremaneira, a algum episódio vascular cerebral. Os sintomas cognitivos e de linguagem são variáveis, dependendo da área afetada.

Ao considerarmos a linguagem o principal meio de socialização e interação com o mundo, fica claro que qualquer impacto nesta função repercute de maneira negativa não só nas atividades diárias mas também nos aspectos emocionais e sociais. É possível, no entanto, realizar avaliação e acompanhamento fonoaudiológico logo no início e focar o trabalho na perspectiva de retardar perdas maiores ou mais significativas, dando a cada sujeito a possibilidade de manter sua convivência e suas interações sociais pelo máximo de tempo.

FONOAUDIOLOGIA E ENVELHECIMENTO FALANDO SOBRE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

Uma das atribuições do Fonoaudiólogo diz respeito aos cuidados com a Linguagem e Comunicação do paciente idoso tanto no âmbito da reabilitação em si, mas também no gerenciamento destas funções e na prevenção de possíveis dificuldades que a senescência e/ou a senilidade possam trazer1.
É sabido que qualquer alteração nas funções de linguagem e comunicação2 geram um impacto negativo direto na capacidade funcional do idoso e na sua qualidade de vida como um todo. Desta forma, já faz parte de um consenso mundial a necessidade de viabilizar uma maior autonomia frente a longevidade conquistada pela raça humana nas ultimas décadas3.

É desta concepção que a Fonoaudiologia parte no sentido de promover ações estruturadas com o intuito de manter a linguagem e comunicação do idoso o mais funcional possível. Dentre as abordagens mais utilizadas, temos, grosso modo, uma vertente mais cognitiva e uma mais social4. Nada impede que essas perspectivas se somem, mas partem de visões bastante diferentes a respeito da linguagem e, desta forma, a atuação terapêutica também será diferente. De forma resumida, a vertente cognitiva visa auxiliar o paciente a utilizar da melhor forma as suas habilidades residuais para se expressar (através da fala e escrita) e compreender. A vertente social, por sua vez, preocupa-se em recuperar as habilidades comunicativas perdidas ou prejudicadas e, neste sentido, as habilidades de conversação ocupam um espaço para além da transmissão da mensagem em si tendo papel fundamental na constituição do sujeito como ser social.

Dentro desta segunda vertente, a abordagem da Neurolinguística enunciativo-discursiva aparece como um facilitador para viabilizar o resgate do papel da linguagem como uma função formativa do sujeito e da própria realidade social onde ele se insere. O objetivo terapêutico dentro desta perspectiva passa a ser, portanto, o de reinserir e/ou manter inserido o sujeito em rotinas, situações comunicativas e dialógicas que façam sentido para ele. A função do terapeuta é o de ser um interlocutor capaz de compreender e significar a linguagem do paciente, mesmo que haja alterações nela e trazer função social para aquilo que é dito pelo sujeito. O método utilizado para tal objetivo, dentro desta perspectiva, diz respeito a propostas de práticas de oralidade, leitura e escrita que tenham relação com as práticas sociais dos sujeitos.

"Tudo se reduz ao diálogo, à contraposição dialógica enquanto centro. Tudo é meio, o diálogo é o fim. Uma só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são o mínimo de vida". Mikhail Bakhtin, Estética da Criação Verbal, 19925.

E é a partir deste pensamento que a terapia fonoaudiológica, seja individual ou em grupo, possibilita ao idoso manter, retomar e/ou se aproximar de uma maior funcionalidade da sua formação linguística, comunicação enquanto ato motor e, principalmente, exercício da sua atuação enquanto sujeito falante de um mundo no qual ocupa um lugar específico.

Para tal objetivo o uso de mídias digitais ou impressas com temas atuais e de interesse do paciente procuram favorecer momentos de discursivo mais livre onde o papel do Fonoaudiólogo é guiar, orientar e retomar, quando necessário, a explanação dos conteúdos feitos pelo idoso. O resultado disto será uma forma de comunicação mais efetiva, o favorecimento de um bom vínculo terapeuta-paciente o que, via de regra, nesta abordagem, colabora para resultados mais positivos na intervenção.

Alternadamente serão estimuladas as funções executivas que estão em foco - muito comumente atenção e memória - de forma mais direta. Mantendo ainda a intenção e o estímulo para o discurso próprio do paciente, mas fazendo uso de estratégias objetivas criadas pelo terapeuta para demanda específica de cada paciente que estimulem os níveis fonético-fonológicos, sintáticos e semânticos da linguagem.

Por fim, a terapia baseada em uma abordagem enunciativo-discursiva valoriza os dados singulares dos sujeitos, que permitem visualizar o processo de como o sujeito se move na língua, como trabalha sobre os seus recursos para produzir a linguagem, uma atividade heterogênea e multifacetada6.

É desta forma que acredito que a intervenção fonoaudiológica em linguagem, individual ou em grupo, tem papel muitíssimo importante para manter e/ou trazer o idoso com dificuldades comunicativas, mais ou menos impactantes nas AVDs e AIVDs7, recuperando e/ou mantendo a função social da linguagem deste idoso. Isso impacta sobremaneira na qualidade de vida e na resposta às intervenções clinicas pelas quais esteja passando.

1De um lado, o envelhecer como um processo progressivo de diminuição de reserva funcional – a senescência – e, do outro, o desenvolvimento de uma condição patológica por estresse emocional, acidente ou doenças – a senilidade. Ambos exigem intervenções dos profissionais de saúde, com atuações focadas nesse segmento populacional. Extraído de: Ciosak, S.I. et al. Senescência e Senilidade: novo paradigma na atenção básica de saúde. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45 (Esp.2): 1763-8.
2Linguagem estaria mais relacionada a constituição do pensar do sujeito e envolve sim a língua que é o meio pelo qual a linguagem se expressa. A comunicação, por sua vez, é o ato motor em si, também através da língua há a fala e todos os mecanismos não verbais que nos fazem ser compreendidos e compreender enquanto espécie que tem, por diferencial, a comunicação verbal que constitui o ser humano como humano.
3Organização Mundial Da Saúde. Envelhecimento Ativo: uma política de saúde. Contribuição da Organização Mundial da Saúde para o segundo encontro mundial sobre envelhecimento, realizada em Madrid, 2002. Tradução realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde, Brasília, 2005.
4Senhorini, G. et al. O processo terapêutico nas afasias: implicações da nuerolinguística enunciativo-discursiva. Rev. CEFAC. 2016. Jan-Fev; 18(1):309-322.
5Bakhtin, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
6 Santana AP, Novaes-Pinto RC, Oliveira MV. Plano Terapêutico Fonoaudiológico para Terapia em Grupo com Afásicos. In Pro-fono (org). Plano Terapêutico Fonoaudiológico. v. 2; Barueri: Pró-fono; 2015. p.155-66.
7AVDs - Atividades de Vida Diárias (auto- cuidado, mobilidade, alimentação ,higiene pessoal, vestir-despir-calçar); AIVDs - Atividades Instrumentais de Vida Diárias (ir às compras, gerir o dinheiro, utilizar o telefone, limpar, cozinhar, utilizar transportes).

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