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Alzheimer é a causa mais comum de demência. A palavra demência descreve um conjunto de sintomas que incluem a perda da memória, dificuldades do pensamento, na resolução de problemas e na linguagem. Estes sintomas ocorrem quando o cérebro é danificado por certas doenças, incluindo a doença de Alzheimer. Nesta página vamos descrever os sintomas do Alzheimer, como é feito o diagnóstico, os fatores de risco, o tratamento e suporte disponíveis.
A doença de Alzheimer, nomeada em referência ao médico que primeiro a descreveu (Alois Alzheimer) é uma doença do cérebro. Durante o curso da doença, proteínas acumulam-se no cérebro na forma de placas e emaranhados. Isso leva a perda de conexões entre os neurônios e eventualmente a morte das células e a perda de tecido cerebral. Pessoas com Alzheimer também têm uma redução de importantes substâncias químicas no cérebro. Esses mensageiros químicos ajudam a transmitir sinais entre as regiões do córtex cerebral. Na carência desses transmissores, reduz-se a eficiência da transmissão de sinais dentro do cérebro. Os tratamentos usados atualmente na doença de Alzheimer aumentam os níveis desses neurotransmissores, o que pode ajudar em alguns sintomas.
Alzheimer é uma doença progressiva. Isso significa que, com o tempo, mais partes do cérebro são danificadas. À medida que isso acontece, surgem cada vez mais sintomas, que também se tornam mais severos.
À medida que a doença progride, problemas de memória, comunicação, raciocínio e orientação tornam-se mais severos. A pessoa passa precisar de suporte de cuidadores para atividades do dia a dia. Algumas pessoas passam a acreditar em coisas que não são reais (delírios) ou ver ou ouvir coisas que não estão lá (alucinações).
Muitas pessoas com Alzheimer desenvolvem comportamentos que parecem incongruentes e fora de si. Esses incluem agitação (inquietude, perambulação), falar alto, repetir a mesma pergunta, padrões de sono alterado e agressividade reativa (reagem quando contrariados ou confusos). Esse comportamentos podem ser estressantes e um desafio para a pessoa e o cuidador. Em fases mais avançadas da doença de Alzheimer, algumas pessoas podem ficar menos cientes do que está acontecendo ao seu arredor. Podem ter dificuldades para comer ou para caminhar e tornarem-se progressivamente fragilizadas. Eventualmente estas pessoas precisam de ajuda para as atividades da vida diária. O ritmo de progressão da doença de Alzheimer, e a expectativa de vida de alguém com esta condição variam enormemente. Em média, pessoas com Alzheimer vivem de 8 a 10 anos após o início dos sintomas. No entanto, isso varia muito, dependendo muito da idade com que surgem os primeiros sintomas.
Muitas pessoas com demência tem mais de um tipo de doença. Isso é chamado de demência mista. O mais comum é a combinação de doença de Alzheimer com demência vascular (provocada por acidentes vasculares cerebrais, também chamados de derrames). Os sintomas deste tipo de demência são uma mistura de sintomas de Alzheimer com os de demência vascular.
Em algumas pessoas, os sintomas mais precoces não são a perda de memória. Isso é chamado de Alzheimer atípico. O dano subjacente (placas e emaranhados) são os mesmos, mas a primeira parte do cérebro afetada não é o hipocampo (responsável pela memória). Alzheimer atípico é incomum naqueles diagnosticados acima dos 65 anos de idade. Representa cerca de cinco por cento de todas as doenças de Alzheimer nesta faixa etária. É, no entanto, mais comum em grupos mais jovens, com menos de 65 anos de idade. Nesse grupo ele representa cerca de um terço dos casos.
Atrofia cortical posterior: acontece quando o dano cerebral ocorre nas áreas de trás e mais alta do córtex (occipital e parietal). Essas são as áreas responsáveis pelo processamento visual, atenção e informação espacial. Isso significa que os sintomas iniciais são dificuldade de identificar objetos e de leitura, mesmo que os olhos estejam funcionando bem. Algumas pessoas tem dificuldade de julgar distâncias quando, por exemplo, descem escadas, ou parecem estar sem coordenação (quando se vestem por exemplo).
Afasia logopênica: envolve dano em áreas do lado do cérebro que produz a linguagem. A pessoa passa a ter dificuldades no discurso, que apresenta redução no vocabulário e longas pausas.
Variante frontal da doença de Alzheimer: envolve dano aos lobos frontais do cérebro. Os sintomas são dificuldades no planejamento e nas tomadas de decisões. A pessoa pode apresentar comportamento socialmente inapropriado e parecer não se importar com o sentimento dos outros.
A grande maioria das pessoas que desenvolvem doença de Alzheimer tem mais de 65 anos, mas pessoas com menos idade também podem ter a doença. Isso é chamado de demência de início precoce. O surgimento do Alzheimer é ligado a uma combinação de fatores, explicados em mais detalhes abaixo. Alguns fatores de risco (Ex. Estilo de vida) podem ser controlados, mas outros (idade, genética) não podem.
Idade é o maior fator de risco para doença de Alzheimer. Menos de cinco por cento das pessoas com 65 anos desenvolvem a doença. A partir desta idade o risco dobra a cada 5 anos de envelhecimento. Aos 80 anos, uma em cada cinco pessoas tem demência.
Por razões que ainda não estão claras, existem cerca de o dobro de mulheres do que homens com doença de Alzheimer com mais de 65 anos. Isso só é parcialmente explicado pelo fato de mulheres terem expectativa de vida maior do que os homens. É possível que exista alguma relação entre a falta do hormônio estrogênio após a menopausa e o risco de desenvolver doença de Alzheimer.
Muitas pessoas temem que a doença possa ser transmitida dos pais ou avós. Cientistas estão investigando o perfil genético da doença de Alzheimer. Existem algumas famílias com um padrão de herança muito claro entre gerações. Nessas famílias a demência tende a se manifestar mais cedo, antes mesmo da idade de 65 anos. No entanto, essa forma fortemente hereditária da doença é extremamente rara. Na vasta maioria das pessoas, a influência da genética no risco da doença de Alzheimer é muito mais sutil. Um número de genes são conhecidos por aumentar ou diminuir a chance de uma pessoa ter Alzheimer. Alguém com um parente próximo (pais ou irmãos) que foi diagnosticado com Alzheimer acima do 65 anos, pode ter o risco aumentado de ter a doença. Isso não significa, no entanto, que Alzheimer é inevitável e todo mundo pode reduzir o seu risco adotando hábitos de vida saudáveis.
Condições médicas como diabetes, AVC, doenças do coração, pressão alta, colesterol alto e obesidade na meia idade são fatores de risco conhecidos de ambos doença de Alzheimer e demência vascular. Qualquer um pode reduzir seu risco mantendo estes fatores sob controle. Depressão é outro risco provável para demência e tratar esta condição no início é muito importante. Pessoas que adotam um estilo de vida saudável, especialmente a partir da meia idade, tem menos chance de desenvolver doença de Alzheimer. Isso significa atividades físicas regulares, manter um peso saudável, para de fumar, comer alimentos saudáveis numa dieta balanceada e beber com moderação. A combinação de exercícios regulares, atividade social e mental ajudarão a reduzir o risco.
Histórias de vida, onde a pessoa compartilha suas experiências e registra suas lembranças podem ajudar a memória, o humor e o bem estar. À medida que a demência piora, muitos passam a apreciar somente atividades de reminiscência (nostalgia) mais genéricas. Com o passar do tempo, comportamentos como agitação e agressão passam a ser mais comuns. Estes comportamentos podem ser um sinal de que a pessoa está aflita. Isso pode ser provocado por dor, frio ou desconforto, ou porque a pessoa não compreende ou reconhece alguém. Ou ainda porque se sente frustrado ou pouco estimulado. Abordagens individualizadas são recomendadas nesses casos e devem buscar causas específicas e abordá-las separadamente. Terapias não farmacológicas (sem remédios) ajudam bastante. Essas incluem: interação social, música, reminiscência, exercícios e outras atividades que sejam importantes para a pessoa. Estas estratégias devem ser tentadas antes de se introduzir novos remédios à prescrição, particularmente os antipsicóticos. Qualquer pessoa que presta cuidados pode considerar que estes comportamentos são muitos estressantes. Suporte para cuidadores é particularmente importante nestes momentos.
Fonte: Alzheimer Society UK
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